quinta-feira, 21 de abril de 2016

Jantar Comunitário (da Serve The City)

Foi uma noite especial.
Acompanhado do Nelson Paciência, do Filipe Pinto e da Jeanne Waltz, fomos ao Jantar Comunitário, o 2º grupo dos Urban Sketchers que foi convidado para registar em desenho este evento .

Trata-se duma iniciativa da Serve The City Portugal que há já 5 anos (!) faz acontecer de 15 em 15 dias estes jantares, que nos transportam para uma realidade paralela. Paralela ao nosso quotidiano, às nossas rotinas, aos nossos mundos e que nem imaginamos existir. E tem 2 faces: de um lado um grupo imenso de voluntários faz um intervalo nas suas vidas, nos seus afazeres e nas suas famílias, e vem ajudar a oferecer uma refeição quente ao outro lado, cerca de 2 centenas das margens da nossa sociedade que, por sua iniciativa, converge nesse dia para esse local, reunindo diferentes tipos de  fragilizados sociais - sem-abrigo, mas também refugiados, pessoas sós ou apenas sem condições para terem uma vida normal - e que o Alfredo da organização chama "os nossos convidados".

E é disso que se trata: os convidados são recebidos com mesa posta com toalha de pano e, enquanto revêem conhecidos, interagem com voluntários, ou simplesmente estão, um corropio de voluntários com jarros de bebida, cestas de pão e pratos com uma cheirosa coxa de frango asseguram o serviço a todas as mesas.

E reconheci então algo que desejava encontrar: normalidade. Aquele momento permite àquelas pessoas reencontrar, mesmo que por alguns instantes, o que para nós é normal. Sentam-se numa mesa, acompanhados, e jantam. E pensei que toda esta dádiva de tantos significa muito para todos eles.

Mas, naquela noite, esta normalidade foi também especial. Fiquei impressionado com o Rafael, um voluntário que vem frequentemente ajudar, acompanhado da sua filha de 4 anos, e que gosta de ficar nas mesas com os convidados. Mas naquela noite fazia anos e a sua festa foi pagar do seu bolso todos aqueles jantares e, ainda, convidou 60 dos seus amigos e colaboradores, que vieram ajudar a oferecer aquele Jantar Comunitário.

E nós pudémos desenhar tudo isto! Eu, como o Filipe, optei por fixar o ambiente, de "fora", enquanto a Jeanne e o Nelson se sentaram nas mesas.




No final, quando os convidados saíram, chega a vez dos voluntários jantarem e nós juntámo-nos a eles e ficámos na mesa do Rafael. Antes de vir embora ainda consegui desenhar o Dacosta, um pintor que o Eduardo Salavisa conheceu, alguns voluntários e a mesa dos cozinheiros.



Garantidamente foi uma noite especial!

(Pena é que, mais uma vez como outras ao longo dos 5 anos, terão que encontrar novo local para os jantares, já que este Refeitório Municipal, em Alcântara, vai ser demolido para dar lugar ao novo hospital da CUF)

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