domingo, 29 de novembro de 2015

Igreja de São Roque - Capela de S. João Baptista

No domingo passado, descobri a igreja de São Roque, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa!
Ou antes, descobri no seu interior a Capela de São João Baptista. Porque não vi mais nada. Perdi-me naquela riqueza toda. Nas suas esculturas de mármore de Carrara, nos profusos detalhes dourados (bronze fundido, dourado por imersão em ouro derretido), nos revestimentos em pedra ametista e outras, nas impressionantes imagens dos seus retábulos coloridas através de minúsculos mosaicos de múltiplas cores e suas gradações.
Este concentrado artístico de valor incalculável trata-se de uma encomenda de D. João V, totalmente feita em Roma por artistas e artífices locais, onde foi montada e benzida pelo papa, para depois ser enviada para Portugal, em caixas com as diversas peças que, reunidas de novo, deram origem à capela.
Um detalhe engraçado: esta preciosidade ainda se mantém entre nós porque escapou ao saque durante as invasões francesas, devido à manobra engenhosa de terem construído umas paredes falsas na igreja que dissimulou a presença desta e outras capelas da igreja.

O monarca fez questão de assinalar a origem da capela através da presença repetida do escudo real, em locais diferentes da capela. Aliás, era tal o seu empenho na sua capela que exigiu ser mantido a par do que estava a ser feito em Roma através de desenhos que reproduziam o trabalho executado, autêntico "diário gráfico" da época.
Foram exactamente esses desenhos (e a sua contextualização) que estiveram em exposição no Museu de São Roque, anexo à Igreja, "de Roma para Lisboa -  um álbum para o rei magnânimo" conjunto de desenhos conhecido por Álbum de Weale.  (mais informações aqui)

Das 2 horas que durou o workshop da iniciativa da Misericórdia, pude desenhar a capela e, na área de exposições temporárias, o detalhe de um grande tocheiro que pertence à capela.

  




Lisboa - O que turista deve ver

O que turista deve ver... é a exposição das maravilhosas ilustrações do Mário Linhares, que está no Museu dos Coches. Mas não só o turista. Todos!

O lançamento do livro foi um êxito, com uma afluência que terá superado todas as expectativas mais optimistas. E justificou-se: os desenhos do Mário para o livro de Fernando Pessoa "Lisboa - o que o turista deve ver" são lindos, e valeu mesmo a pena vê-los ao vivo, perceber as gradações das aguarelas nos originais, o enquadramento escolhido na folha, os detalhes das panorâmicas de Lisboa, ...

Fica o desenho da mesa da apresentação, com o Mário, a directora dos Museu dos Coches, Silvana Bessone, o editor da Centro Atlântico e o tradutor do texto original em inglês, Pedro Cotrim.

Ainda tive tempo de seguida de passar na exposição dos desenhos da Fernanda Lamelas, na Galeria Opus 14, relativos ao livro "Palácios e Casas Senhoriais de Portugal", de Diana de Cadaval.
Pena foi que o tempo, a dimensão do espaço e o pastel de bacalhau na mão não permitiram um desenho do evento.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O Coppenhagen Coffee Lab (Casa dos Mundos)

Ao passar na Rua Nova da Piedade dir-se-ia um café normal, mas ao entrar as dúvidas dissipam-se: espalhados pelos seus recantos, jovens e menos jovens de portáteis abertos, perdidos nos seus trabalhos, estudos ou aproveitando o wifi gratuito, demoram-se nas mesas enquanto consomem apenas um café, sumo de laranja ou uma fatia de bolo. Facilmente nos transportamos para o norte da Europa, onde o frio torna vulgar este ambiente.

No Coppenhagen Coffee Lab cultiva-se o gosto do café. Entre diferentes grãos, moagens e modos de servir. Mas não só. O seu ambiente acolhedor, com predominância do branco e madeira clara (bétula?), combina na perfeição com os bolos de fatia e outras delicias que nos tentam no balcão.

Afinal trata-se de mais um pouco do comércio multicultural que Lisboa nos oferece, desta feita da Dinamarca, e que a iniciativa da Casa dos Mundos junto com os Urban Sketchers irão fixar numa exposição de desenhos em cadernos "Narrativas Gráficas de Interculturalidade".
Não foi uma loja que me foi atribuída, mas não resisti a entrar junto com o Vicente e o José Barreiros, que também a desenharam. Aliás parece-me que poderá vir a ser eleita como a mais desenhada...

(para quem quiser conhecer um pouco mais deste café...  AQUI)



sábado, 21 de novembro de 2015

A Tabacaria Cucumba (Casa dos Mundos)

É na Calçada de Sant´Ana, no meio de uma zona nas traseiras do Coliseu onde difícil é encontrar portugueses, que se localiza a Tabacaria Cucumba, a loja que me coube para participar na futura exposição na Casa dos Mundos "Narrativas Gráficas de Interculturalidade", sobre o novo comércio de estrangeiros em Lisboa.

A primeira resistência para ser autorizado a desenhar a loja foi ultrapassada com um telefonema "to my boss", com quem falei e cujo inglês mais fluente tornou tudo mais fácil.

A partir daí a afabilidade de Nazrul, natural do Bangladesh e há 2 anos em Portugal, passou do sorriso constante aos actos: ofereceu-me uma cadeira para poder desenhar, regressando logo ao seu posto, sentado atrás da mesa onde se entretinha a ver no computador o jogo Bangladesh/Zimbawe no desporto nacional do seu país - críquete - junto com Qdus, que entretanto chegou vindo das traseiras da loja. O Bangladesh ganhava. Não sei se foi por isso que amavelmente acederam a que os desenhasse.

A loja é pequena e estreita. À esquerda uma estante repleta de cervejas e refrigerantes; à direita, por entre mais bebidas, tabaco e acessórios para cigarros de enrolar, fixei a mesinha de rodas onde várias bebidas, shaker, copo e picador de gelo, me intrigaram: são para os "shots" que vendem à noite a quem passa.

Era hora do almoço e, a espaços, lá surgiam alguns clientes, vizinhos sul-americanos e indianos que ali vieram comprar tabaco e bebidas, sempre em inglês ou em indu, que os 2 conseguiram explicar-me que "falavam" como um português "fala" espanhol.

No final, visivelmente satisfeito com o seu desenho, Nazrul quis ainda oferecer-me um café que foi buscar a outra loja da rua.


sábado, 14 de novembro de 2015

Tertúlia USkP Simpósio Singapura 2015

Desenho de ontem, durante a tertúlia USkP sobre o Simpósio Singapura 2015, no Museu Bordalo Pinheiro.
Foi fantástico conhecer os desenhos, e as histórias por trás dos desenhos, do Vicente Sardinha, o nosso correspondente ao simpósio, e da Fernanda Lamelas, Mário Linhares e Luís Araújo, outros sketchers que também foram (a Ketta e o Matias não puderam estar presentes).
Obrigado a todos pela partilha. Deixaram-nos com água na boca para Manchester 2016!


domingo, 1 de novembro de 2015

Férias 2015 - Take 2

Em dia de chuva, fica um momento de ternura do Verão deste ano.

Depois da mãe lhe ler uma passagem mais significativa do "Longo Caminho para a Liberdade" do Nelson Mandela, é a filha que pede: "Mãe, não pares, não pares lê mais!".
E depois foi a própria filha, mais tarde, a pegar no livro para ler. Apesar dos seus 12 anos...