sábado, 30 de abril de 2016

Encontro em Abrantes

No sábado passado houve romagem sketcher a Abrantes onde estava a exposição de diários de viagem organizada pelo Eduardo Salavisa, e onde tive o gosto de contar com um painel e um caderno meu em exposição.
Levei o carro cheio. De manhã, além da visita à exposição, fomos recebidos pelo vereador da cultura, Luis Dias, e pelo coordenador da Biblioteca Municipal, Francisco Lopes. Seguiu-se desenho pelas ruas de Abrantes, plenas de pontos de interesse para desenhar.

Fiquei-me por uma praça, onde abancaram também a Paula Cabral, a Manuela Rolão e a Cláudia Mestre. Em conversa com o vereador e o Eduardo vim a saber que ano passado nesta praça existia uma instalação com imensos sapatos suspensos em cabos, alusivo a um episódio das invasões napoleónicas, em que o General Junot pediu ao povo de Abrantes 10.000 sapatos para as suas tropas.


Quando aparece o Vicente Sardinha com 3 desenhos, vi-me na obrigação de ir desenhar mais. Fui para a praça adjacente onde acontecia um pequeno mercado urbano, mas fiquei-me pelas esculturas que habitam os degraus.


Após o almoço (já publicado AQUI), fui até ao castelo, mas não entrei. Fiquei-me sentado num muro, atraído pela vista da igreja de São Vicente (e, vá lá, pela sombra de uma árvore).


O dia rematou com uma interessantíssima apresentação do Javier de Blas sobre a sua estadia de 1 mês num campo de refugiados saharaui, na Argélia. Delicioso conhecer as histórias por trás daqueles incríveis desenhos pela voz Javier, naquele seu jeito natural mas tão apaixonado. O regresso a Lisboa não permitiu ficar para ouvir o escritor Miguel Real.



terça-feira, 26 de abril de 2016

Almoço em Abrantes

Antes dos desenhos do encontro de sábado em Abrantes, deixo o desenho do almoço do encontro em Abrantes.
Refere-se ao final do mesmo onde os sketchers, já confortados, se entregam ao seu passatempo.
E conta ainda com a certificação dos representados a atestar que se reconhecem através da sua assinatura.


quinta-feira, 21 de abril de 2016

Jantar Comunitário (da Serve The City)

Foi uma noite especial.
Acompanhado do Nelson Paciência, do Filipe Pinto e da Jeanne Waltz, fomos ao Jantar Comunitário, o 2º grupo dos Urban Sketchers que foi convidado para registar em desenho este evento .

Trata-se duma iniciativa da Serve The City Portugal que há já 5 anos (!) faz acontecer de 15 em 15 dias estes jantares, que nos transportam para uma realidade paralela. Paralela ao nosso quotidiano, às nossas rotinas, aos nossos mundos e que nem imaginamos existir. E tem 2 faces: de um lado um grupo imenso de voluntários faz um intervalo nas suas vidas, nos seus afazeres e nas suas famílias, e vem ajudar a oferecer uma refeição quente ao outro lado, cerca de 2 centenas das margens da nossa sociedade que, por sua iniciativa, converge nesse dia para esse local, reunindo diferentes tipos de  fragilizados sociais - sem-abrigo, mas também refugiados, pessoas sós ou apenas sem condições para terem uma vida normal - e que o Alfredo da organização chama "os nossos convidados".

E é disso que se trata: os convidados são recebidos com mesa posta com toalha de pano e, enquanto revêem conhecidos, interagem com voluntários, ou simplesmente estão, um corropio de voluntários com jarros de bebida, cestas de pão e pratos com uma cheirosa coxa de frango asseguram o serviço a todas as mesas.

E reconheci então algo que desejava encontrar: normalidade. Aquele momento permite àquelas pessoas reencontrar, mesmo que por alguns instantes, o que para nós é normal. Sentam-se numa mesa, acompanhados, e jantam. E pensei que toda esta dádiva de tantos significa muito para todos eles.

Mas, naquela noite, esta normalidade foi também especial. Fiquei impressionado com o Rafael, um voluntário que vem frequentemente ajudar, acompanhado da sua filha de 4 anos, e que gosta de ficar nas mesas com os convidados. Mas naquela noite fazia anos e a sua festa foi pagar do seu bolso todos aqueles jantares e, ainda, convidou 60 dos seus amigos e colaboradores, que vieram ajudar a oferecer aquele Jantar Comunitário.

E nós pudémos desenhar tudo isto! Eu, como o Filipe, optei por fixar o ambiente, de "fora", enquanto a Jeanne e o Nelson se sentaram nas mesas.




No final, quando os convidados saíram, chega a vez dos voluntários jantarem e nós juntámo-nos a eles e ficámos na mesa do Rafael. Antes de vir embora ainda consegui desenhar o Dacosta, um pintor que o Eduardo Salavisa conheceu, alguns voluntários e a mesa dos cozinheiros.



Garantidamente foi uma noite especial!

(Pena é que, mais uma vez como outras ao longo dos 5 anos, terão que encontrar novo local para os jantares, já que este Refeitório Municipal, em Alcântara, vai ser demolido para dar lugar ao novo hospital da CUF)

domingo, 3 de abril de 2016

Páscoa em Monção 2

Na Praça Deu-La-Deu, em Monção, na esplanada à frente da praça de táxis, fiquei curioso com o enorme carro parado diante de mim, com um senhor de idade avançada que não saiu nunca, enquanto de fora um grupo de homens conversava junto à sua janela aberta.
Primeiro impressionou-me o estado do carro que, apesar de antigo, apresentava-se impecavelmente mantido. Depois enquanto desenhava pus-me a especular: seria um antigo motorista de táxi, que continuava a frequentar a sua antiga praça e, além disso, guardava com carinho um carro semelhante ao que utilizava na sua profissão?
Mais tarde descobri na net tratar-se de um Datsun Cedric (4300 cv?), e procurei o seu logo que na altura não tive tempo de registar.
No dia seguinte, voltei a vê-lo (orgulhoso do seu carro impecável) a circular nas ruas de Monção.
Deve ser um dos personagens carismáticos da terra.


sábado, 2 de abril de 2016

Concerto da Silvia Perez Cruz na Gulbenkian

Foi na quarta passada, mas ficará para sempre na memória o concerto incrível da Silvia Perez Cruz na Gulbenkian. Sou fã há muito e já a tinha visto no concerto do Júlio Resende, em conjunto com a Gisela João. Mas agora foi de encher a barriga com 2 horas da sua sensibilidade, versatilidade e simpatia. Cada tema torna-se único ao vivo pela sua entrega total na interpretação. E o acompanhamento com um quinteto de cordas, com arranjos arrebatadoramente lindos, foi o contexto ideal para uma noite única.
Ah, e a rematar, tive a honra de ser o primeiro a receber o seu autógrafo no desenho que fiz (na penúltima fila do Grande Auditório e apenas iluminado com o telemóvel).
Volta logo Silvia!

(Quem não a conhece fica aqui o último álbum "Domus" em streaming e um artigo sobre o mesmo - CLICAR)



Páscoa em Monção

Fim de semana longo de Páscoa deu para rumar a Monção a visitar a família.
Apesar da chuva insistente ainda houve tempo para algum desenho.
O primeiro é quase um ex-libris de Monção: a estátua da Deu-La-Deu na praça do mesmo nome. Para a conhecerem e com a devida vénia, retirei do blog "Mulher Portuguesa" a seguinte descrição:
  • Defendeu a vila de Monção da invasão espanhola e a ela é dedicado o brasão de Monção. Lenda ou realidade, Deu-la-Deu Martins é uma figura conceituada e que ficou para sempre na História de Portugal. No século XIV Monção foi cercada pelos soldados de Castela em virtude da guerra que decorria entre D. Fernando de Portugal e Henrique II de Castela. É desta altura que data a lenda de Deu-la-Deu Martins, mulher do capitão-mor de Monção, Vasco Gomes de Abreu.
  • Após um longo cerco às muralhas de Monção, a fome reinava no interior da fortaleza, e começavam os habitantes a pensar em rendição. No entanto, Deu-La-Deu manda recolher o pouco trigo que existia pelas cercanias e manda cozer alguns pães. Lançando-os aos galegos, depressa a estratégia teve um efeito devastador nas hostes inimigas que julgaram estar a fazer um cerco a uma vila onde reinava a abundância.